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Papa no Perdão Celestino: humildade e mansidão para testemunhar a misericórdia

“Todos podemos experimentar um ‘terremoto da alma’, que nos coloca em contato com a própria fragilidade, limitações e miséria. Nessas circunstâncias, pode-se aprender a mansidão, que junto com a humildade levam a guardar e testemunhar a misericórdia”. Palavras do Papa Francisco na homilia deste domingo (28) na cidade de L’Aquila por ocasião do “Perdão Celestino”

Notícias

30.08.2022 | 4 minutos de leitura

Papa no Perdão Celestino: humildade e mansidão para testemunhar a misericórdia

Jane Nogara - Vatican News

Na Basílica de Collemaggio em L’Aquila, o Papa Francisco presidiu a Santa Missa na segunda etapa da sua visita pastoral neste domingo, 28 de agosto. Aos falar aos fiéis na sua homilia o Papa iniciou recordando que os Santos são uma fascinante explicação do Evangelho. Pois suas vidas, disse Francisco, são o ponto privilegiado a partir do qual podemos vislumbrar a boa nova que Jesus veio proclamar, ou seja, que Deus é nosso Pai e todos somos amados por Ele. Este é o coração do Evangelho, e Jesus é a prova deste Amor, de sua encarnação, de seu rosto.

A grandeza de Celestino V

“Hoje celebramos a Eucaristia em um dia especial para esta cidade e esta Igreja: o Perdão Celestino”. Lembramos erroneamente a figura de Celestino V como "aquele que fez a grande recusa", segundo a expressão de Dante na Divina Comédia; mas Celestino V não era o homem do "não", ele era o homem do "sim". “De fato”, explica ainda Francisco, “não há outra maneira de realizar a vontade de Deus a não ser assumindo a força dos humildes”.

A força dos humildes

“A humildade”, disse, “não consiste em nos desvalorizarmos, mas naquele realismo saudável que nos faz reconhecer nosso potencial e também nossas misérias. Partindo precisamente de nossas misérias, a humildade nos faz desviar o olhar de nós mesmos e voltar nosso olhar para Deus, Aquele que pode fazer tudo e também obtém para nós o que não podemos ter por nós mesmos”.

“A força dos humildes é o Senhor, não as estratégias, os meios humanos, as lógicas deste mundo”

“Neste sentido”, pondera o Papa, “Celestino V foi uma corajosa testemunha do Evangelho, porque nenhuma lógica de poder poderia prendê-lo e administrá-lo. Nele admiramos uma Igreja livre das lógicas do mundo e testemunhamos plenamente o nome de Deus que é a Misericórdia.

A misericórdia

Há muitos século que L’Aquila, mantém vivo o dom que o próprio Papa Celestino V lhe deixou. “É o privilégio de lembrar a todos que com a misericórdia, e somente com a misericórdia, a vida de cada homem e de cada mulher pode ser vivida com alegria”.

“Misericórdia é a experiência de sentir-se acolhido, restaurado, fortalecido, curado, encorajado. Ser perdoado é experimentar aqui e agora o que mais se aproxima da ressurreição. O perdão vai da morte à vida, da experiência da angústia e da culpa à da liberdade e da alegria”

Compreender a dor dos outros

Falando aos presentes que sofreram por causa do terremoto de 2009, Francisco recordou que “aqueles que sofreram devem ser capazes de valorizar seu próprio sofrimento, devem compreender que na escuridão que viveram, também lhes foi dado o dom de compreender a dor dos outros”. Recordando aos presentes:

“Vocês podem cuidar da misericórdia porque sofreram a experiência da miséria”

Refletindo que “todos na vida, sem necessariamente experimentar um terremoto, podem, por assim dizer, experimentar um ‘terremoto da alma’, que os coloca em contato com sua própria fragilidade, suas próprias limitações, sua própria miséria”. “Nesta experiência", disse, "pode-se perder tudo, mas também se pode aprender a verdadeira humildade. Nessas circunstâncias, a pessoa pode se deixar enfurecer pela vida, ou pode aprender a mansidão”.

“Humildade e mansidão, portanto, são as características de alguém cuja tarefa é guardar e testemunhar a misericórdia”

Servir e não ser servido

Por fim o Papa recordou a todos os presentes:

O cristão sabe que sua vida não é uma carreira à maneira deste mundo, mas uma carreira à maneira de Cristo, que dirá de si mesmo que veio para servir e não para ser servido (cf. Mc 10, 45). Enquanto não compreendermos que a revolução do Evangelho reside neste tipo de liberdade, continuaremos a testemunhar guerras, violência e injustiça, que nada mais são do que o sintoma externo de uma falta de liberdade interior. Onde não há liberdade interior, egoísmo, individualismo, se sobrepõem interesse próprio e opressão".

 
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