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A emoção de Candela Giarda, protagonista do milagre do Beato João Paulo I

Após a beatificação do "Papa Sorriso" na Praça São Pedro, o Vatican News aprofunda a experiência da jovem argentina cuja vida foi salva pela intercessão de João Paulo I, conta a emoção da sua mãe e relembra os detalhes da história que levou o Papa Luciani à honra dos altares.

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13.09.2022 | 5 minutos de leitura

A emoção de Candela Giarda, protagonista do milagre do Beato João Paulo I

Sebastián Sansón Ferrari - Vatican News

Às 5 da manhã do último domingo, 4 de setembro, na cidade de Paraná, província de Entre Ríos, na Argentina, Roxana Sosa e sua filha Candela Giarda, de 22 anos, ligaram a televisão para acompanhar a beatificação de João Paulo I. Alguns vizinhos acompanharam elas neste momento único. Em seguida, celebraram a Santa Missa na paróquia de Bajada Grande, contaram mãe e filha ao Vatican News.

Não foi uma celebração qualquer para elas: em 2011, Candela tinha 11 anos de idade e foi internada em Buenos Aires devido a uma grave doença. Enquanto estava na paróquia de Nuestra Señora de la Rábida, em Buenos Aires, o Padre José Dabusti começou a ver uma mulher que rezava sempre e, em várias ocasiões, participava da missa. "Era Roxana Sosa", disse o padre em mensagem à Sala de Imprensa da Santa Sé. Roxana contou a ele sobre a doença da sua filha: "frequentava as enfermarias daquele sanatório, visitando os doentes e suas famílias", conta Dabusti.

Em todas as missas, o padre pediu à comunidade que rezasse pela saúde de Candela de uma maneira especial, e ele também se lembra de ter ido à unidade de terapia intensiva da Fundação Favaloro em várias ocasiões. "Naquele quinto andar, com Roxana, compartilhamos, ao lado da cama de Candela, a oração, o sacramento da unção que administrei, as bênçãos e também a tristeza pela deterioração da saúde de Candela", continua ele. "Uma esperança misteriosa e uma fortaleza exemplar que vi fluir do coração desta mãe", acrescenta ele.

A força da oração de intercessão

Em 22 de julho, por volta do meio-dia, Roxana foi à paróquia onde o Padre Dabusti estava para lhe dizer que os médicos tinham acabado de lhe dizer que Candela havia contraído um vírus intra-hospitalar. Ela tinha pneumonia e eles achavam que ela não conseguiria passar da noite. "Roxana me pediu para vir, para rezar mais uma vez, para abençoá-la", diz ele.

Eles foram juntos à instituição de saúde e passaram na terapia intensiva: "não me lembro, na época, de quantos médicos estavam perto da cama de Candela. Tenho a imagem viva de uma enfermeira que ficou emocionada", comenta ele.

Uma certeza que tem duas palavras: Espírito Santo

"Como me passou em propor a Roxana que rezasse a João Paulo I para interceder pela vida e cura de Candela?" é a pergunta que Dabusti se faz em seu testemunho e que centenas de jornalistas e outros lhe fizeram. Humanamente, ele não sabe, mas espiritualmente sabe, e a certeza, ele nos assegura, tem duas palavras: Espírito Santo. Ele lembra que, para os padres, encontrar-se em situações terminais na vida das pessoas é uma ocorrência frequente:

"Ao visitarmos hospitais, centros de saúde, casas de repouso e lares, somos continuamente confrontados com a realidade da morte. É por isso que afirmo que foi certamente um movimento do Espírito que me levou a propor esta oração a João Paulo I."

Roxana não sabia nada do Papa Luciani, aponta Dabusti, e como eles estavam numa UTI, ele deu uma breve explicação das motivações para rezar e pedir a intercessão para salvar a vida de Candela para que ela pudesse se recuperar. Então, juntos, a mãe, o padre, as duas enfermeiras presentes colocaram suas mãos sobre o corpo de Candela e Dabusti rezou espontaneamente.

No dia seguinte, Roxana foi até a paróquia e lhe disse que sua filha não só tinha conseguido passar a noite, mas também mostrou sinais de melhora. Passaram-se dias e semanas e Candela continuou sua recuperação, até que o Padre Dabusti perdeu o contato com elas porque ela deu alta e retornou ao Paraná.

O reencontro

Num "silêncio providencial", assim diz o Padre Dabusti, as coisas permaneceram até o final de 2014, quando voltou a se encontrar com Roxana e Candela na mesma paróquia de La Rábida.

"Foi uma grande alegria ver uma menina de quase 15 anos de idade - que eu não reconheci - e sua mãe. Elas vieram para me cumprimentar. Roxana queria que Candela se encontrasse comigo e também que eu visse como ela havia se recuperado. Naquela tarde, perguntei a Roxana se ela se lembrava a quem tínhamos rezado. E então acrescentei: 'Acho que um dia vamos ter que relatar este evento maravilhoso'."

A partir daquele momento, os passos, o processo para a investigação, o estudo do milagre "tiveram a mão providente do Senhor e de tantas pessoas que continuaram a entrelaçar estas três linhas" (a linha histórica, espiritual e social que Dabusti rompe em seu discurso). Eram "pessoas que eram mais ou menos desconhecidas, mais ou menos conhecidas, mas certamente muito generosas, que tornaram possível a realização deste processo".

"Agradeço ao Senhor e a cada um deles por sua dedicação, por terem colocado seu tempo, talentos e profissionalismo a serviço da Igreja. E peço a Jesus, Senhor da Vida, pela intercessão de João Paulo I, que abençoe a todos eles. Que a beatificação de João Paulo I traga enormes frutos espirituais e graças para a nossa amada Igreja."

 
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